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Água de Barrela

Eliana Alves Cruz

O livro narra a saga de uma família afro-brasileira. Inicia-se com Akin Shangokunle e sua cunhada grávida Ewà Oluwa, que são capturados na África e trazidos escravizados para o Brasil, mais especificamente para a região da cidade de Cachoeira, na Bahia. Ewà (aqui chamada de Helena) dá a luz à Anolina, a primeira de gerações de mulheres lavadeiras na família – personagens pretas fortíssimas – que assim vão garantir o sustento e a existência de seus filhos e netos em situações de exploração, miséria e escravidão.

Daí, o título do romance: Água de Barrela, uma mistura de alvejantes usado pelas mulheres pretas escravizadas para lavar as roupa dos senhores de engenho.

A autora é uma jornalista carioca que desde o lançamento deste seu romance em 2015 vem se destacando também como escritora. Seu lado jornalístico está impresso no profundo trabalho de pesquisa que Eliana fez para escrever este livro: foram cinco anos desvendando a história de sua própria família desde os tempos da escravidão.

O resultado é um livro com personagens reais, que viveram uma parte da real história do nosso país, aquela que não nos ensinam na escola.

Empenhada no resgate da memória social e cultural afro-brasileira, Eliana numa entrevista à Medium Books sugere que o “Brasil, se olhe no espelho, enxergue quem realmente é, e se ame. A história e o conhecimento do povo negro são tesouros riquíssimos que precisam ser descobertos e aproveitados por toda a nação”.